Querer não é poder, pode ser uma perspectiva negativa ou realista, depende de quem ou do estado de espírito de quem interpreta.
De maneira simplista pode-se chegar à conclusão de que a grande sacada da vida é saber o que desejar, querer, ter, ser... para a partir daí diminuir a possibilidade das nossas frustrações.
Identificar vontades e desejos, talvez seja a parte mais suscetível a enganos.
E por que nos enganamos tanto?
E mais, o que é um engano? Um desacerto pura e simplesmente ou aquilo a que nos leva o nosso próprio desconhecimento, a rigor só se pode dizer que nos enganamos ou que fomos enganados quando algo que pensávamos que era de uma certa maneira, de fato é de outra...
Formamos conceitos a partir de nossas vivências e de vivências emprestadas, a capacidade de reconhecer que o que sabíamos, não sabíamos realmente ou melhor ainda que nossos conceitos precisam de reformas periódicas ou coisa assim.
Na verdade, queremos a parte boa das coisas; seria sensacional uma banana sem casca, um abacate sem caroço, um abacaxi lisinho, coisas assim, nascidas, destinadas, e compostas só daquilo que nos dá prazer, isentas de cascas, espinhos e outras inconveniências.
E não será surpresa se a ciência providenciar essa improvável mudança ou evolução para nosso deleite, mas e quanto às pessoas?
Quando será que inventarão fórmulas para que os seres nos sejam endereçados conforme nosso desejo?
Parece utopia ou uma reinvenção Frankesteniana e é de fato, mas alguém duvida que em tese é isso que gostaríamos que existisse?
O que fica evidente ou bem próximo disso é que não sabemos o que queremos e muito menos sabemos que nosso querer muda, muda ao sabor do vento que ontem soprou à deriva, hoje sopra a noroeste e amanhã não soprará mais.
Sim, essas escolhas todas nos confundem porque não sabemos fazê-las o tempo todo, não sabemos esperar e aprender e não esperamos saber para escolher, ora por que tudo isso é uma teoria impraticável.
Seguimos desejando, querendo, ser e ter e julgamos assim estar fazendo o que é bom pra nós mesmos e para todos, por que somos fatalmente humanos, nós apenas sentimos a falta e quando não conseguimos supri-las, choramos, maldizemos o resto do mundo e procuramos um novo desejo, não importa se isso vai dar em boa coisa ou não, afinal somos assim, experimentadores de realidade e ilusão.
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